As montanhas no Sul de Minas são espetaculares. O pôr-do-sol no alto do Bairro Serra dos Toledos em Itajubá é espetacular e não podia deixar de compartilhar essa beleza.
Essa página é um espaço para que eu possa divulgar o meu trabalho, minhas opiniões sobre diversos assuntos (principalmente economia e política) e as belezas do Sul de Minas, com suas montanhas e cachoeiras. O significado do nome Montgomery é "além da montanha" e de Miranda é "digno de admiração". Não deve ser coincidência, portanto, que eu goste tanto de subir montanhas e admirar o horizonte.
Visitantes
Eu amo montanhas
MISES BRASIL
Welcome to Vinicius Montgomery Blog
Você é sempre bem-vindo. Deixe seus comentários, críticas construtivas e sugestões. Volte sempre. Muito Obrigado.
You´re always welcome. Let your comments, positive critics and suggestions. Please come back soon. Thank you very much!
You´re always welcome. Let your comments, positive critics and suggestions. Please come back soon. Thank you very much!
Pesquisar este blog
Isaías 9.6.
Um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da eternidade, Príncipe da Paz.
domingo, 27 de outubro de 2013
sábado, 12 de outubro de 2013
O Preço da Impunidade
O preço da impunidade
Vinícius Montgomery de
Miranda
Em 2006, um estudo da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) em conjunto com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) constatou que em uma estimativa conservadora, o país perdia cerca de
US$ 10 bilhões por ano devido à morosidade da Justiça Brasileira. A Fundace –
Fundação dos professores da Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão
Preto criou um índice para medir a confiança dos advogados na Justiça
Brasileira. Em 2012, esse índice ficou em 31,2 em uma escala que vai de zero a
cem. Ou seja, até os próprios advogados duvidam da capacidade do sistema
jurídico nacional em fazer justiça. Há um clima de impunidade no ar, agravado
pelos acontecimentos recentes no STF. Nesse caso, o que se pergunta é, como
juízes indicados pelo governo podem condenar figuras importantes do partido do
próprio governo?
O problema é que essa sensação de
impunidade cobra um preço. Ela aumenta ainda mais os casos de violência, de
corrupção e de superfaturamento em obras públicas. Em uma pesquisa da ONU com
dados de 1997, o Brasil ocupou a terceira posição entre os países com as
maiores taxas de assassinato por habitante. O total de perdas causadas pela
criminalidade é incalculável – já que é impossível calcular o valor da vida;
mas em um cálculo feito pelo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, que
leva em conta prejuízos materiais, tratamentos médicos e horas de trabalho
perdidas, o crime rouba 10% do PIB no Brasil. Isso significa cerca de R$ 400
bilhões por ano. Trata-se de um montante de recursos suficientes para equipar
hospitais, construir estradas, resolver o problema da Seca no Nordeste ou
cobrir o déficit da previdência.
Para o antropólogo e cientista político
Luiz Eduardo Soares, o crime engloba uma infinidade de situações diferentes que
vão desde um furto de pequena monta até o tráfico de pessoas ou o desvio de
verbas públicas. Já Emile Durkheim, considerado o pai da sociologia, afirmou
que só foi possível ao homem prosperar vivendo em sociedade. Acontece que os
laços sociais que mantêm a sociedade unida são as normas (leis) que todos
aprendem a respeitar. O jurista italiano Cesare Becaria, do século XVIII,
afirmou: “o que inibe o crime não é o tamanho da pena, mas a certeza da
punição”. Acontece que quanto mais eficiente for sistema criminal, mais forte
será o sentimento de punição e justiça. A lentidão da justiça brasileira, as
medidas protelatórias e as chicanas jurídicas reduzem essa eficiência.
Um estudo realizado pela FIESP –
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, em 2010 concluiu que o custo
elevado da corrupção no Brasil tem impactos econômicos significativos em sua
economia. Por exemplo, com menores índices de corrupção, o país poderia ter uma
renda per capita mais elevada e melhor qualidade de vida. Isso porque a
corrupção produz obras inacabadas e mal feitas, reduz o crescimento econômico e
a produtividade da economia. As empresas brasileiras tornam-se menos
competitivas, geram menos empregos e os preços dos produtos se tornam mais
elevados por isso. Há um comprometimento das condições econômicas e do bem
estar social no país. Ou seja, problemas demais para que a corrupção seja
ignorada.
A sociedade brasileira já percebeu que há
uma urgente necessidade de fortalecimento dos mecanismos de prevenção, de
monitoramento e de controle da corrupção na administração pública. A justiça
precisa ser mais rápida e eficiente para induzir uma mudança no comportamento
oportunista de quem corrompe. É preciso alterar a lei penal para torná-la mais
eficaz. Se essas mudanças fossem executadas haveria uma redução na sensação de
impunidade que hoje é percebida. Infelizmente parece que a maioria dos
ministros do STF, ao julgar o caso do mensalão, não percebeu a importância
econômica e social desse julgamento para a construção de uma sociedade mais
justa e própera.
O voto como moeda de troca
O voto como moeda de troca
Vinícius Montgomery de
Miranda
Para o sociólogo francês Émile Durkheim, a
solidariedade social é o cimento que mantém a coesão de uma sociedade. Ela,
porém, é fruto da interação da consciência individual com a consciência coletiva
das pessoas que compõem a sociedade. A consciência individual, embora
influenciada pela coletiva, é própria de cada indivíduo, e estaria ligada a sua
personalidade e ao seu modo particular de pensar e enxergar o mundo. A consciência
coletiva por sua vez, é responsável pela formação dos valores morais da
sociedade, dos sentimentos comuns de seus membros e pela noção de certo ou
errado. Dessa forma, a consciência coletiva gera uma pressão tácita sobre os
indivíduos para que suas decisões estejam em conformidade com os padrões ou
valores aceitos pela sociedade. É essa consciência coletiva que mantém a
sociedade coesa e organizada em busca do progresso e da qualidade de vida.
Os valores de uma sociedade, porém, normalmente
são modificados ao longo do tempo por influência da evolução tecnológica, da
dinâmica demográfica, pelas experiências dos indivíduos ou por modelos sociais
- que decorrem da religião, da mídia, do modo de agir das autoridades, dos pais,
de professores, de artistas de televisão entre outros. Ocorre que se houver um
desgaste de seus valores morais, a sociedade entra em um círculo vicioso, pois,
a pressão da consciência coletiva sobre os indivíduos diminui. A partir daí, os
indivíduos começam a agir conforme sua consciência individual, que normalmente
é muito mais egoísta e materialista. Se a sociedade não esboça nenhuma reação
contrária a esse egocentrismo, seja por falta de punição legal ou a reprovação
social, cria-se o sentimento de impunidade. É esse sentimento de impunidade que
multiplica a transgressão dos valores morais da sociedade. Ocorre então, uma
ciranda de falta de respeito ao próximo, desrespeito às leis, aumento de
criminalidade, busca pelo enriquecimento material a qualquer custo e toda forma
de ação antissocial. Estes são sintomas de uma sociedade com valores
desgastados.
É nesse contexto que o agente político
tem um papel muito importante na sociedade. Além de representar os anseios da
sociedade criando leis que a mantém coesa e no caminho do progresso, ele é um
espelho do material humano que constitui essa sociedade. Por isso, quando o
agente político não age em prol da coletividade e sim em favor do grupo que o
elegeu ou em benefício próprio, estará contribuindo para o enfraquecimento da
coesão social. Se isso ocorre em larga escala, a vida em sociedade se torna um
jogo, no qual o mais importante é um grupo ganhar em detrimento do outro. É o
ápice da máxima em que, o importante é levar vantagem. No final todos perdem, pois, diminui o capital
social da sociedade que é muito importante por gerar credibilidade nas regras,
cooperação, inovação e novos negócios.
Ao analisar a crise de representatividade
política no Brasil moderno, observa-se que cada vez mais prevalece a ideia da
luta de classes ou de grupos de interesses. O mais importante é eleger
representantes políticos que defendam os interesses de um grupo particular,
independente das consequências econômicas e sociais que isso possa trazer para
toda a sociedade. É por esse motivo que cada vez mais aumentam os políticos que
enxergam nas eleições uma oportunidade de negócio. O eleitor troca seu voto
pela defesa de seu interesse particular. O político aceita defender interesses,
mesmo que contrarie a lógica econômica, já que se trata de uma oportunidade
única de ganhar prestígio e enriquecer-se rapidamente. Infelizmente quando o eleitor
age dessa forma, mesmo que de forma inconsciente, está trocando o futuro de uma
sociedade justa e progressista pela sensação imediata de levar vantagem.
Trata-se de uma visão míope que supervaloriza o curto prazo. Cria-se uma
ciranda perversa que destrói de forma silenciosa todas as possibilidades do
país se tornar uma sociedade mais justa e equânime. As consequências são a concentração
de renda e a formação de castas sociais, onde uns têm privilégios enquanto
outros pagam a conta. Gerações inteiras tornam-se dependentes e sem
perspectivas de progresso material e qualidade de vida.
Como superar esse problema? As sociedades
mais desenvolvidas perceberam há séculos que fortalecer as instituições pode
ser uma saída. Quando a sociedade cria leis que são compreendidas por todos os
seus membros e há punição para quem as desrespeita, valores como honestidade,
justiça, igualdade e solidariedade passam a ser valorizados e transmitidos de
geração em geração. A sociedade se fortalece. Floresce o progresso e a
qualidade de vida. Depois de o Brasil se transformar em um país democrático e
relativamente rico, está chegando hora de repensar o futuro. Que tipo de
sociedade é desejada: aquela em que há ordem, progresso e qualidade de vida ou
o salve-se quem puder que costuma predominar em sociedades primitivas?
Assinar:
Postagens (Atom)