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terça-feira, 28 de agosto de 2012

As Instituições e o Desenvolvimento das Nações


As Instituições e o Desenvolvimento das Nações
Vinícius Montgomery de Miranda
                                                                                                             
Faz muitos séculos o homem se pergunta por que alguns países se enriquecem e outros se mantêm imersos na pobreza. Em 1776, o filósofo escocês Adam Smith publicou a obra A Riqueza das Nações, cujo objetivo era exatamente investigar tal questão. Smith concluiu que a riqueza das nações resultava da atuação dos indivíduos que movidos por interesses próprios promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica, gerando um ciclo virtuoso que impulsiona o desenvolvimento. Por suas ideias Smith tornou-se conhecido como o pai da economia moderna e um dos principais defensores do capitalismo.
É inegável que o capitalismo faz gerar riquezas, promovendo o crescimento econômico e o desenvolvimento das nações, mas o economista norte-americano Douglass North afirma que nenhum país consegue crescer de forma consistente por um longo período de tempo, sem que antes desenvolva de forma sólida suas instituições. Instituições são as regras do jogo para o correto funcionamento da economia. Portanto, para que um país tenha instituições fortes é preciso uma legislação clara que garanta os direitos de propriedade e que impeça o desrespeito aos contratos. Para isso é necessário um sistema judiciário eficaz e ágil, além de agências regulatórias firmes e atuantes. North afirma que só assim, um país pode estar preparado para dar o salto para o desenvolvimento.
Historicamente, o primeiro país a perceber a força das instituições no desenvolvimento econômico foi o Reino Unido, quando a Revolução Gloriosa de 1688 acabou com o absolutismo e o parlamento britânico aprovou a Bill of Rights, a declaração a partir da qual nenhum governante poderia estar acima das leis. Com as regras do jogo estabelecidas e com o individualismo consentido, prosperou a ciência, a inovação e o desenvolvimento econômico que fez do Reino Unido e depois dos Estados Unidos potências econômicas e países desenvolvidos. A pergunta que fica é: estaria o Brasil preparado para o salto do desenvolvimento?
Dica de leitura sobre esse assunto: Livro Why Nations Fail de Daron Acemoglu e James Robinson.

Artigo publicado no Jornal O Sul de Minas em 14 de Julho de 2012. Edição Nº 3.506.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A Privatização e o Complexo de Coitadinho do Brasileiro


A Privatização e o Complexo de Coitadinho do Brasileiro

                                                                                                             
Na psicologia, o complexo de vítima (ou de coitadinho) é a patologia na qual o indivíduo tende a culpar os outros por suas mazelas. Desse complexo vem a impressão absurda de que os outros é que estão sempre errados. Isso causa cegueira e destroi a autocrítica. O brasileiro por questões históricas e culturais se acostumou a culpar os outros pelo seu fracasso. Renato Russo muito inteligentemente captou a contradição entre o que o brasileiro pensa e suas atitudes quando compôs a música Que País é Esse em 1978. Como é possível acreditar no futuro da nação se ninguém respeita a Constituição?

No ranking global de competitividade, dentre 142 países analisados, o Brasil está entre os 25 com pior qualidade de infraestrutura de estradas, portos e aeroportos. O consultor de logística e infraestrutura da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Luiz Fayet afirma que a infraestrutura brasileira está estagnada e em deterioração. Para recuperá-la é preciso muito investimento. O governo federal, apesar da carga tributária de aproximadamente 40% do PIB (uma das mais altas do planeta), não tem recursos para investir. Se a arrecadação é tão elevada e o investimento é insignificante, é fato que há ineficiência na gestão.  Por exemplo, não é recomendável que haja gastos tão elevados com pessoal (acima de 60% da receita líquida) e com previdência e assistência social. Para resolver essa questão é preciso executar as reformas há muitos anos prometidas. Até que elas saiam do papel, por que o governo não abre espaço para a iniciativa privada investir já que não tem recursos para fazê-lo?

A iniciativa privada é muito mais eficiente e tem a técnica e os recursos necessários. O governo não lhe dá espaço por que privatizar, erroneamente, virou sinônimo de “entregar o patrimônio” ao estrangeiro, na mente do brasileiro complexado. Se até a China comunista privatiza e desfruta de seus benefícios, por que o Brasil não pode fazer o mesmo? Em um trabalho acadêmico na Revista Brasileira de Economia, o professor da USP Roberto Macedo analisa o desempenho de empresas brasileiras privatizadas e não deixa dúvidas de que elas se tornaram muito mais lucrativas e operacionalmente mais eficientes. Apesar das evidências e dos exemplos incipientes adotados no próprio país e no exterior, a grande maioria ainda pensa que privatizar é ruim. Infelizmente, enquanto persistir a falta de conhecimento da população e a esperteza de alguns políticos, o brasileiro continuará reclamando de estradas esburacadas, enfrentando aeroportos saturados e culpando os outros pela sua vida sofrida.