Esse texto do economista Paulo Rabello de Castro sintetiza bem a drama da falta de eficiência da economia brasileira.
Folha de Servidores Públicos nas três esferas de governo bateu R$547 bilhões em 2011 (13,2% do PIB).
Paulo Rabello de Castro
Dados do Ministério da Fazenda revelam a extensão da conta paga pelos brasileiros para sustentar o que chamamos de "máquina pública". A rubrica de Servidores Públicos - ativos e inativos, civis e militares - custou, somando União, Estados e Municípios, a bagatela de 13,2% do PIB, lembrando que ai estão também os gastos com Aposentadorias e Pensões, cerca de metade dessa enorme fatura anual. O INSS do setor privado, reunindo dez vezes mais brasileiros, nos custou 6,8% do PIB, portanto metade da conta dos servidores.
O salário médio dos servidores federais teve reajuste nominal de 120% entre 2003 e 2011, contra 52% de inflação no período. No Poder Executivo, o aumento de número de servidores foi moderado, cerca de15% no período 2003-11, quase chegando à marca de um milhão de pessoas ativas. Mais impressionante foi o avanço do salário por cabeça, que passou de R$3.439 (o dobro do salário médio do brasileiro comum hoje) em 2003, para R$7.678 no ano passado (o quádruplo do cidadão comum). O salário médio em 2011, no Judiciário, chegou a R$11.709 e, no Legislativo, a R$13.887.
Os servidores públicos federais estão em greve por ainda melhores remunerações, alegando que a folha de pagamentos hoje pesa, em termos percentuais do gasto público, bem menos do que antes. Esquecem os grevistas que o total sobre o qual fazem suas contas - a despesa total de governo - também aumentou em termos do PIB, ou seja, está pesando muito mais sobre as costas dos que pagam impostos para assegurar a máquina pública. A carga de impostos no Brasil avançou mais do que em qualquer outro país do mundo, em cerca de 7 pontos percentuais, com isso fazendo recuar a eficiência geral da economia em 3,5%. Ou seja, um ano inteiro de crescimento econômico foi perdido para sustentar o avanço do estado. Com esta política de alto gasto público, o Brasil está literalmente enxugando gelo. Enquanto a máquina pública é reajustada e "estimulada", o incentivo come a competitividade privada. Noves fora, andamos para trás. Esta é a raiz do baixo desempenho do PIB na gestão Dilma, herdeira de um Estado pesado e ineficiente, criado e alimentado ao amparo das leis.
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