Visitantes

Eu amo montanhas

Eu amo montanhas
Montanhas...

Welcome to Vinicius Montgomery Blog

Você é sempre bem-vindo. Deixe seus comentários, críticas construtivas e sugestões. Volte sempre. Muito Obrigado.



You´re always welcome. Let your comments, positive critics and suggestions. Please come back soon. Thank you very much!

Pesquisar este blog

Isaías 9.6.

Um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da eternidade, Príncipe da Paz.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Não Existe PIB Grátis


Publicado em 02/12/2012 na Revista VEJA. Por Ana Luiza Daltro.
A tragédia do crescimento raquítico do PIB atesta a incapacidade da política econômica em atrair os investimentos produtivos.

O quadro ao lado fala por mil explicações esfarrapadas. O eixo horizontal mostra as taxas de investimentos produtivos dos países. No eixo vertical, aparece a variação de crescimento do PIB dos mesmos países. 5ão valores médios para os dez anos encerrados em 2011. Fica evidente uma correlação: quanto mais elevada a taxa de investimento, maior tende a ser o crescimento. A China investe muito, acima de 40% de seu PIB, e também cresce muito. O Brasil investe pouco, e o crescimento nada tem de espetacular. Os investimentos são o alimento da expansão econômica. Não existe avanço duradouro sem infraestrutura, oferta ampla de mão de obra capaz, ampliação e renovação das fábricas, construção de usinas - ou, em resumo, sem aumento da produtividade.

O governo sabe disso. Desde o início de seu mandato, Dilma Rousseff tinha o diagnóstico de que não poderia contar apenas com o aumento do consumo e do endividamento dos brasileiros para embalar a economia. A meta era elevar a taxa de investimentos para 24% do PIB, um valor que seria condizente com a ambição de crescer ao ritmo de 5% ao ano. O governo chegou a anunciar um plano abrangente de estímulo aos investimentos na infraestrutura, com a promessa de privatizar portos e estradas. O mandato de Dilma se aproxima de sua metade e, até o momento, o plano não deslanchou. De acordo com os números divulgados pelo IBGE na sexta-feira, os investimentos estão em queda há cinco trimestres consecutivos. Esse tem sido o aspecto mais negativo no desempenho da economia, restringindo o avanço do PIB como um todo. Ainda segundo o IBGE, a economia cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior. O número representou uma ligeira aceleração na comparação com o ritmo verificado no início do ano, mas ainda assim ficou na metade do que haviam previsto os analistas econômicos e também o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Posso afirmar que a economia está em trajetória de crescimento, embora não tanto como gostaríamos", disse Mantega na sexta-feira. O ministro voltou a prometer uma nova rodada de estímulos econômicos para assim alcançar, quem sabe ainda no próximo ano, um avanço ao redor de 4%.

"Vivemos um esgotamento da nossa capacidade de crescimento", afirma o analista José Paulo Rocha, sócio da consultoria Deloitte. "O mercado brasileiro cresceu, muitas pessoas ascenderam socialmente e viram o seu padrão de vida melhorar. Mas, quando a importância que o consumo tem para o crescimento do PIB atinge os níveis atuais do Brasil, o potencial de expansão da economia fica limitado. Precisamos dar atratividade aos investimentos privados, criando as condições necessárias para que eles sejam remunerados adequadamente."

Nesse aspecto, as ações do governo têm sido contraditórias. Três grandes aeroportos, por exemplo, foram finalmente privatizados, e em breve deverão operar em condições bem superiores às atuais. Já outros pontos do planejado "choque de capitalismo" petista ficaram no discurso. Ele nada progrediu nos projetos para as estradas e ferrovias. A privatização de terminais portuários, que deveria ocorrer no início do ano, poderá atrasar porque essa área está diretamente ligada ao escândalo de corrupção recente envolvendo as agências reguladoras e a Advocacia-Geral da União. Os investimentos no pré- sal estão paralisados porque há quatro anos não há licitações para a exploração de novas jazidas petrolíferas. Mesmo obras antiquíssimas como a transposição do São Francisco e a Ferrovia Norte-Sul não ficarão prontas antes do fim do mandato de Dilma, segundo projeções do próprio governo.

Pouco foi feito para retirar barreiras como a complexidade tributária. Para completar, a interferência do governo em diversos setores, como nos bancos e nas empresas do ramo de energia, injetou uma boa dose de desconfiança nos investidores nacionais e estrangeiros. Empresário sem confiança no futuro não investe. O efeito é que, apesar de os juros e de o desemprego nunca terem sido tão baixos, a economia permanece virtualmente estagnada há dois anos. A economista Tatiana Pinheiro, do Santander, estima que o PIB dificilmente crescerá acima de 1 % neste ano: "Os estímulos monetários e fiscais vão incentivar o consumo e os gastos públicos, mas os investimentos fracos limitarão o avanço da economia".

Na semana passada, o IBGE divulgou também números que mostraram o acelerado envelhecimento da população brasileira. É um alerta de que no amai ritmo de crescimento da economia o Brasil perderá o "bônus demográfico", período em que a maior parte da população está em idade produtiva, ideal para dar um salto de desenvolvimento. Sem uma reação do PIB, será um salto no abismo.

Investimento Estrangeiro


O enrosco do subsídio


O enrosco do subsídio - REVISTA VEJA

Revista Veja

Dilma manda a Petrobras segurar o preço dos combustíveis para conter a inflação, mas isso debilita a empresa e mata a autossuficiência

HELENA BORGES


Foi bom enquanto durou. No próximo ano, o Brasil voltará a ser dependente da importação de petróleo. Adeus, autossuficiência, celebrada com fervor nacionalista em 2006, quando o país passou a produzir mais petróleo do que consumia. O então presidente Lula deu contornos épicos ao feito, que comparou à "segunda independência do Brasil". A propaganda escondia que a conquista da autossuficiência ainda deixava um déficit na conta externa de energia, pois o Brasil continuaria a vender petróleo cru e a importar gasolina e diesel. Porém, apesar do saldo externo negativo, produzir tanto petróleo internamente ajudou a diminuir a vulnerabilidade da economia a choques externos, como os catastróficos eventos das décadas de 70 e 80, quando a produção brasileira de petróleo totalizava menos de um décimo da atual. Voltar a ser dependente da importação é, portanto, uma má notícia.

Um estudo inédito do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), obtido com exclusividade por VEJA, mostra que, já em 2013, o Brasil estará, consumindo mais óleo do que será capaz de produzir. Se teve seus méritos na conquista da autossuficiência, o governo também é culpado pela perda desse privilégio. Por duas razões: a primeira foi forçar a Petrobras a subsidiar o preço ao consumidor da gasolina e do diesel, mantendo-o estável mesmo com o aumento do custo internacional do petróleo: a segunda foi incentivar a venda de carros novos com crédito farto e corte de impostos, o que aumentou a frota nacional e, claro, o consumo.

Essas feitiçarias heterodoxas têm efeitos imprevisíveis. Ao proibir a Petrobras de repassar os aumentos ao preço do petróleo, o governo conseguiu impedir um acréscimo médio de cerca de 0,4 ponto porcentual no índice de inflação, que já está bem acima da meta de 4,5% estipulada para 2012. Mas, ao bancar o subsídio, que só neste ano já provocou um prejuízo de 12,8 bilhões de reais, a Petrobras perdeu sua capacidade de investimento, não modernizou os poços já produtivos, interrompeu a prospecção de novas jazidas e atrasou a extração da riqueza do óleo de grande profundidade, o pré-sal. Como despiu um santo para vestir outro, a presidente Dilma Rousseff se encontra agora em um dilema severo. Se desafogar o caixa da Petrobras autorizando o repasse dos preços externos, a inflação subirá mais rapidamente. Se mantiver a política de subsídio pela companhia, vai se arriscar não apenas a perder a autossuficiência como a entrevar irreparavelmente a empresa que é orgulho nacional, o retrato a óleo do Brasil emoldurado pelos sonhos de grandeza de tantas gerações. Esse dilema não tem solução fácil nem indolor. É uma daquelas situações em que as opções são perder ou perder.

Se não tem solução, ele oferece a chance de refletir sobre, afinal, por que razão chegamos a essa situação negativa. A verdade pura e cristalina vem do fato de a presidente Dilma ter se servido da Petrobras como um braço de sua política econômica — no caso, como arma para conter a inflação, uma vez que foi descartada a opção clássica de segurar o dragão com o aumento dos juros básicos da economia, a taxa Selic. Diz Adriano Pires, diretor do CBIE, que patrocinou o estudo que aponta a volta da dependência brasileira do petróleo importado: "Ao pesar a mão sobre a Petrobras, o governo não prejudicou só a empresa, mas emperrou o aproveitamento de todo o potencial do pré-sal e comprometeu o crescimento do país".

Os últimos resultados da Petrobras, anunciados no dia 26 de outubro, expuseram o estrago dessa política. O lucro diminuiu, os custos subiram e o endividamento bateu no limite. No último trimestre, a produção de petróleo caiu 3%, chegando ao menor patamar desde 2008. Se estivesse investindo no pré-sal, como previsto, o Brasil deveria estar produzindo neste ano 6.8% mais do que em 2011 e continuaria autossuficiente, mesmo com o salto no consumo de combustível devido ao aumento da frota. As dificuldades de gestão já estão sendo sentidas no preço das ações da estatal, que chegaram a cair 3.39% em um único dia. Comparado a 2009, o valor de mercado da Petrobras foi reduzido a menos da metade.

Recentemente, Maria das Graças Foster, presidente da companhia, admitiu a perda de eficiência média de 10% nas plataformas. Em alguns casos, chega a 50%. Uma das causas é o declínio natural da produtividade de poços mais antigos, mas influíram também as transferências e a aposentadoria de equipes de manutenção e operação altamente treinadas. A extinção do bônus por desempenho individual dos funcionários, trocado pela participação nos lucros, uma exigência sindical, quebrou uma das vigas mestras do sucesso da Petrobras: a meritocracia. O novo sistema desestimula a excelência individual e, pior, dilui as responsabilidade quando ocorrem falhas graves. A tudo isso, somou-se o atraso na entrega de plataformas e sondas para novos campos no pré-sal, fruto de uma contingência do mercado internacional — o que tornará ainda mais difícil fazer a produção voltar a subir. O atual estrangulamento financeiro da estatal é apontado como uma das razões para o fato de o governo ter suspendido, há quatro anos, novos leilões de campos de petróleo, que exigiriam ainda mais investimentos. Sem eles, a produção não avança, desencadeando um ciclo vicioso que agrava a dependência de importações.

Os sinais do fim da autossuficiência já aparecem. Há um mês, seis estados das regiões Sul e Norte ficaram sem gasolina. A própria Petrobras reconhece que só em 2014 a produção voltará a crescer A autossuficiência poderia ser reconquistada em 2015. Mas isso depende de a estatal cumprir os próprios planos, o que não tem ocorrido faz um bom tempo. Diz o economista Luiz Caetano, analista da corretora Planner Prosper: “Há pelo menos cinco anos a Petrobras não honra suas metas. Esse histórico não anima ninguém".

COM MARCELO SAKATE

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Receita do crescimento econômico: mais capitalismo e menos intervenção do governo.

Parabéns à Revista Veja pela excelente entrevista de Kevin Kaiser. A lucidez de Kaiser contrasta com o auto-engano do governo brasileiro que está conseguindo desperdiçar uma excelente oportunidade de tornar o país desenvolvido. Quanto mais intervenção na economia, menos credibilidade, menor o clima de confiança, maior o risco, menos investimento e aí as engrenagens do círculo virtuoso que gera riqueza, emprego, renda trava e o país mais uma vez se perde em um voo de galinha.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Corrupção corrói a alma do Brasil


02/12/2012 - 03h30

Sim, eles podem

BRASÍLIA - Reservo a última coluna antes de rápidas férias para tratar da mania de certos governantes e seus partidos de se sentirem donos do governo e do próprio país.
Quando Marisa Letícia mandou a cadelinha passear em carro oficial, desenhou uma imensa estrela vermelha no Alvorada e pôs os amigos dos filhos para fazer turismo em avião e prédio públicos, estava dizendo que se sentia "em casa" e sinalizando para os vários escalões do PT que sim, nós podemos. Quer dizer: eles podem.
Foi assim, a partir de miudezas cheias de significados, que os governos do partido foram se imiscuindo nos gabinetes, vulgarizando decisões, aparelhando estatais, relativizando o conceito de ética e corrompendo seus quadros.
A chegada ao poder incluiu milhões de pessoas e rendeu recordes de popularidade e aplausos no mundo inteiro para Lula, mas inflou o seu ego e foi letal para o partido. Desfez-se a aura, foram-se as ilusões, exauriram-se os iludidos. Os espertos correram a tirar suas casquinhas.
As histórias memoráveis, a guerra contra a corrupção, a paixão da militância, as lágrimas torrenciais na derrota de Lula para Collor, em 1989, tudo foi por água abaixo e o partido patina no mesmo lodo dos demais.
Poucas vezes, como no escândalo Rose, adversários e aliados de diferentes tendências condenaram tanto a confusão entre público e privado, citada em 9 entre 10 artigos de opinião. Ninguém tem nada a ver com a vida privada de ninguém, desde que não invada o bem público, fira princípios elementares de gestão e confira poderes extraterrestres a meros(as) terráqueos(as).
O que começa com cadelinhas para lá e para cá usando carro, motorista e gasolina públicos é o que acaba em passaportes especiais, nomeações esdrúxulas, apartamentos fantásticos e... mensalões. Não foi para isso, convenhamos, que o PT foi criado e subiu a rampa do Planalto.
PS - Até a volta!