As crises econômicas internacionais reacenderam um debate que parecia
não mais fazer sentido: qual o modelo econômico produz mais bem-estar social, o
de maior presença do Estado na economia ou o de Estado mínimo? O crescimento
vigoroso da China nas últimas duas décadas e as crises na Europa e nos Estados
Unidos parecem comprovar que um Estado mais influente produz melhores
resultados. Será? Como já fora abordado anteriormente, as
crises econômicas sempre existiram. Quando elas ocorrem, os países afetados
modificam leis e regulamentos para tornar suas economias mais resistentes a
novas crises. Ainda assim, elas se sucedem como as gripes, cujos vírus se
modificam e mesmo com vacinação e precaução, continuam afetando as populações
de forma ininterrupta.
As crises se agravam por produzirem um clima
de insegurança e elevada percepção de risco. O empresário posterga
investimentos e o cidadão reduz seu consumo. A solução passa então, pela
intervenção do governo restabelecendo a confiança dos agentes econômicos (política
conhecida como anticíclica). As economias modernas aprenderam, entretanto, que
passada a crise, o Estado deve voltar ao seu papel regulador de criar as regras
do jogo e permitir a competição entre empresas. Essa competição leva à redução
de preços e à criação de inovações, melhorando a vida das pessoas. Não existe
país do mundo que tenha melhorado as condições de vida de seus cidadãos,
abrindo mão da competição. Nem a China.
O Brasil infelizmente ainda hesita
entre qual modelo econômico adotar. A economia brasileira tem se modernizado a
passos lentos, principalmente quando comparada a países asiáticos. O Estado
brasileiro é pesado e ineficiente. Ele não tem capacidade de investir em
infraestrutura para aumentar a produtividade de empresas e cidadãos. Não
investe e não abre espaço para as empresas privadas fazê-lo. Ele suga parcela
significativa da poupança privada que deveria ser canalizada para os
investimentos. Sem investimentos, não há modernização. Sem uma infraestrutura
moderna e reformas que reduzam a burocracia, os custos se elevam. Fica muito
difícil competir com os asiáticos. Empresas e pessoas perdem tempo e dinheiro
em filas. Em plena era digital predomina a papelada. A qualidade de vida se
deteriora em trânsito ruim, insegurança, educação e saúde precária. O Brasil
continua sendo o país do futuro e nunca do presente.
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